Já percebeu que quando falamos em equipe escolar pensamos imediatamente nos professores e coordenadores? Mas em nosso dia a dia há muitos profissionais essenciais que muitas vezes são esquecidos em cursos de formação, no planejamento escolar e até mesmo no P.P.P da escola. O pessoal de apoio da escola, que trataremos aqui de, merendeiras, inspetor escolar e serventes precisam ser valorizados e orientados como parte integrante da equipe escolar. Vocês são preciosos!!!
Pessoal de Apoio na Escola: Invisíveis que
Alicerçam o Processo de Ensino-Aprendizagem
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Por Robison Sá
Fonte: Infoescola
Quanto mais se debate
sobre a educação, mais se gera temas para debates futuros. Muitos são os temas
e vertentes que podemos discutir e tentar chegar a um entendimento global capaz de trazer consigo os
diagnósticos necessários aos problemas em ação, bem como as respectivas
soluções.
Vários temas foram – e ainda
são – amplamente discutidos nesse cenário de incertezas, fracassos, mas também
de muitas vitórias. Dentre eles estão os jogos didáticos, teorias e práticas da
avaliação da aprendizagem, as didáticas específicas de cada disciplina,
políticas educacionais e outras. Porém, pouco se fala sobre os detalhes
funcionais das escolas,
suas formas de gerenciamento, seus atores implícitos ao processo, as infra-estruturas
e o transporte escolar. Neste trabalho abordarei apenas um desses tópicos,
talvez com pinceladas em alguns outros, baseado na observação que a experiência
da coordenação pedagógica me levou a concluir.
Escolhi os atores
implícitos da educação e o seu papel fundamental no suporte ao processo de ensino e na
promoção de um ambiente receptivo e com condições de uso, isto é, um espaço
verdadeiramente preparado para receber os atores explícitos do processo ensino
– aprendizagem: professores, alunos, coordenação pedagógica, equipe diretiva e
administrativa.
O termo “atores
implícitos” é utilizado para designar o Pessoal de Apoio tais como:
merendeiras, serventes, vigilantes, etc. Essas pessoas, esquecidas pelos
divulgadores dos resultados escolares, essas que não recebem nenhum mérito
pelas vitórias da educação, são de grande importância para que a magia do
ensinar e do aprender aconteça.
Algumas divisões de
opiniões serão formadas pelos leitores deste trabalho, de um lado estarão os
sensíveis e observadores: pessoas atentas aos pequenos, mas importantes
detalhes ao seu redor, pessoas que tratam o seu semelhante como igual
independente de sua condição e status social, estes enxergarão o papel decisivo
do pessoal de apoio nas escolas, os verão como promotores do bem-estar e das
condições necessárias para a ocorrência do processo de ensino-aprendizagem; do
outro estarão os egoístas-prepotentes, pessoas que se acham, por estarem ou
possuírem cargos “mais elevados”, no direito de se colocarem em evidência e
neutralizarem a valia que outros profissionais, talvez em cargos “mais baixos”
representam. Em ambos os casos o debate sobre o tema é muito necessário e oportuno.
È importante ressaltar
que a educação não se define pela transmissão (professor) e recepção de
conteúdos (aluno), mas sim por diversos fatores que influenciam direta ou
indiretamente a sua efetivação. Para que possamos desenvolver uma boa aula é
preciso contar com condições de trabalho que não são somente os materiais
pedagógicos. Os alunos, para que se concretize uma aprendizagem significativa,
não necessitam apenas de infra-estrutura e professores capacitados. A equipe
diretiva e administrativa não necessita apenas de professores e alunos para
conduzir as atividades escolares corriqueiras. Existem fatores implícitos que
ocorrem diariamente no âmbito escolar que as tornam atribuições escolares
possíveis de se efetivarem. É exatamente sobre eles que passarei a discorrer.
Todos os dias
(letivos), ao adentrarem no espaço escolar, os atores explícitos da educação
deparam-se com um ambiente higienizado, organizado e pronto para sediar as
atividades pedagógicas. As salas exibem carteiras devidamente distribuídas, o
pátio apresenta-se limpo e espaçoso, os laboratórios com equipamentos
organizados e estrutura higienizada, diretoria e secretaria mostram-se com ares
de zelo, os banheiros estão prontos para o uso, e, ao longe, sente-se o cheiro
da merenda que já começa a ser preparada, pois logo mais será servida para
manter o corpo sustentado e alerta às atividades posteriores.
Não há possibilidade de
se realizar aulas num ambiente sujo e maltratado. Se todas as vezes que os
professores chegassem à sala de aula tivessem que zelar o espaço para, só após,
iniciarem as aulas, não existiria tempo apropriado para as atividades
pedagógicas. Da mesma forma, os alunos ficariam dispersos e desfocados do
objetivo de aprender. Tudo isso acrescido do fator fome, causador de sequelas
que conduzem a falta de atenção no que se é ensinado e, posteriormente, ao
fracasso da aprendizagem.
Fica claro, que se
aluno fracassa, a escola inteira fracassa, também. Não existe escola sem
clientela (alunos), pois a ela é oferecido o produto final dessa empresa de
formação: a aprendizagem.
Certo de que o processo
de ensino-aprendizagem só se concretiza com a colaboração de todos os
componentes da escola, sejam eles explícitos ou implícitos, trago essa reflexão
a fim de abordar a importância do Pessoal de Apoio das escolas como alicerce
que sustenta todo o processo de ensino com ações primordiais de suporte e
preparo de todo o ambiente onde, posteriormente, acontecerá a magia do
aprender. Não só na higienização e organização do espaço escolar, mas também na
preservação deste patrimônio e na promoção da segurança e do controle de
entrada e saída no ambiente escolar.
Todos somos importantes
e necessários à educação, juntos a formamos, a organizamos e mantemo-la ativa.
Ninguém é mais ou menos importante no cenário educacional, todos desempenham
papeis fundamentais na sua promoção. Sem essa união, reconhecimento e
valorização dos profissionais implícitos da educação seremos levados
inevitavelmente, ao fracasso.
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