GESTÃO DEMOCRÁTICA ESCOLAR
por: Colunista Portal - Educação
*Maria Beatriz Luce
**Isabel Letícia Pedroso de Medeiros
**Isabel Letícia Pedroso de Medeiros
As mudanças vividas na atualidade (décadas de 80 e 90) em nível mundial, em termos econômicos, sociais e culturais, com a transnacionalização da economia e o intercâmbio quase imediato de conhecimentos e padrões sociais e culturais, através das novas tecnologias da comunicação, entre outros fatores, têm provocado uma nova atuação dos Estados nacionais na organização das políticas públicas, por meio de um movimento de repasse de poderes e responsabilidades dos governos centrais para as comunidades locais. Na educação, um efeito deste movimento são os processos de descentralização da gestão escolar, hoje percebidos como uma das mais importantes tendências das reformas educacionais em nível mundial (Abi-Duhou, 2002) e um tema importante na formação continuada dos docentes e nos debates educacionais com toda a sociedade.
Como essa tendência é vivida nas escolas e nos sistemas educacionais? Quais são as diferentes possibilidades de vivenciar processos de descentralização e autonomia nas escolas e nos sistemas? Que desafios precisam ser enfrentados, considerando uma tradição autoritária e centralizadora, comum em tantos países, dentre eles o Brasil? De que modo oportunizar a participação da comunidade educativa, a partir da diversidade dos diferentes atores sociais? Qual a relação entre democratização da escola e qualidade de ensino? O que se entende por gestão democrática na educação? Essas são algumas das preocupações que surgem quando se busca implementar processos de descentralização e autonomia no campo da educação.
A gestão democrática da educação formal está associada ao estabelecimento de mecanismos legais e institucionais e à organização de ações que desencadeiem a participação social: na formulação de políticas educacionais; no planejamento; na tomada de decisões; na definição do uso de recursos e necessidades de investimento; na execução das deliberações coletivas; nos momentos de avaliação da escola e da política educacional. Também a democratização do acesso e estratégias que garantam a permanência na escola, tendo como horizonte a universalização do ensino para toda a população, bem como o debate sobre a qualidade social3dessa educação
universalizada, são questões que estão relacionadas a esse debate. Esses processos devem garantir e mobilizar a presença dos diferentes atores envolvidos, que participam no nível dos sistemas de ensino e no nível da escola (Medeiros, 2003).
Esta proposta está presente hoje em praticamente todos os discursos da reforma educacional no que se refere à gestão, constituindo um "novo senso comum", seja pelo reconhecimento da importância da educação na democratização, regulação e "progresso" da sociedade, seja pela necessidade de valorizar e considerar a diversidade do cenário social, ou ainda a necessidade de o Estado sobrecarregado (Barroso, 2000) "aliviar-se" de suas responsabilidades, transferindo poderes e funções para o nível local.
Em nível prático, encontramos diferentes vivências dessa proposta, como a introdução de modelos de administração empresariais, ou processos que respeitam a especificidade da educação enquanto política social, buscando a transformação da sociedade e da escola, através da participação e construção da autonomia e da cidadania. Falar em gestão democrática nos remete, portanto, quase que imediatamente a pensar em autonomia e participação. O que podemos dizer sobre esses dois conceitos, já que há diferentes possibilidades de compreendê-los?
Pensar a autonomia é uma tarefa que se apresenta de forma complexa, pois se pode crer na idéia de liberdade total ou independência, quando temos de considerar os diferentes agentes sociais e as muitas interfaces e interdependências que fazem parte da organização educacional. Por isso, deve ser muito bem trabalhada, a fim de equacionar a possibilidade de direcionamento camuflado das decisões, ou a desarticulação total entre as diferentes esferas, ou o domínio de um determinado grupo, ou, ainda, a desconsideração das questões mais amplas que envolvem a escola.
Outro conceito importante é o da participação, pois também pode ter muitos significados, além de poder ser exercida em diferentes níveis. Podemos pensar a participação em todos os momentos do planejamento da escola, de execução e de avaliação, ou pensar que participação pudesse ser apenas convidar a comunidade para eventos ou para contribuir na manutenção e conservação do espaço físico. Portanto, as conhecidas perguntas sobre "quem participa?", "como participa?", "no que participa?", "qual a importância das decisões tomadas?" devem estar presentes nas agendas de discussão da gestão na escola e nos espaços de definição da política educacional de um município, do estado ou do país.
Quais são os instrumentos e práticas que organizam a vivência da gestão escolar? Em geral, esses processos mesclam democracia representativa - instrumentos e instâncias formais que pressupõem a eleição de representantes, com democracia participativa - estabelecimento de estratégias e fóruns de participação direta, articulados e dando fundamento a essas representações.
Vários autores, como Padilha (1998) e Dourado (2000), defendem a eleição de diretoresde escola e a constituição de conselhos escolares como formas mais democráticas de gestão. Outro elemento indispensável é a descentralização financeira, na qual o governo, nas suas diferentes esferas, repassa para as unidades de ensino recursos públicos a serem gerenciados conforme as deliberações de cada comunidade escolar. Estes aspectos estarão conformados na legislação local, nos regimentos escolares e regimentos internos dos órgãos da própria escola, como o Conselho Escolar e a ampla Assembléia da Comunidade Escolar.
Para funcionar em uma perspectiva democrática, segundo Ciseki (1998), os Conselhos, de composição paritária, devem respaldar-se em uma prática participativa de todos os segmentos escolares (pais, professores, alunos, funcionários). Para tal, é importante que todos tenham acesso às informações relevantes para a tomada de decisões e que haja transparência nas negociações entre os representantes dos interesses, muitas vezes legitimamente conflitantes, dos diferentes segmentos da comunidade escolar. Os conselhos e assembléias escolares devem ter funções deliberativas, consultivas e fiscalizadoras, de modo que possam dirigir e avaliar todo o processo de gestão escolar, e não apenas funcionar como instância de consulta.
Em seu projeto político-pedagógico, construído através do planejamento participativo, desde os momentos de diagnóstico, passando pelo estabelecimento de diretrizes, objetivos e metas, execução e avaliação, a escola pode desenvolver projetos específicos de interesse da comunidade escolar, que devem ser sistematicamente avaliados e revitalizados. A gestão democrática da escola significa, portanto, a conjunção entre instrumentos formais - eleição de direção, conselho escolar, descentralização financeira - e práticas efetivas de participação, que conferem a cada escola sua singularidade, articuladas em um sistema de ensino que igualmente promova a participação nas políticas educacionais mais amplas.
A discussão proposta nessa série de programas sobre a gestão democrática pretende:
·
Abordar as diferentes
concepções que disputam, na arena educacional, as proposições e vivências em
termos de autonomia escolar, na construção do projeto político-pedagógico de
cada unidade de ensino;
·
A participação da
comunidade na gestão escolar nos conselhos escolares e no provimento do cargo
de direção;
·
A gestão dos recursos
financeiros no âmbito da escola; a gestão de projetos inovadores que conferem
identidade a cada escola;
·
A avaliação
institucional da escola pública como o processo que confere informações para as
decisões, suas possibilidades e limites;
·
As relações entre
gestão democrática da escola e gestão democrática dos sistemas.
Ementas dos programas da série, que será apresentada no programa Salto para o Futuro/TV Escola, de 8 a 12 de novembro de 2004:
PGM 1: Gestão democrática: teoria e prática
Este programa abordará conceitos e práticas sobre o planejamento participativo do projeto político-pedagógico das escolas públicas. Autonomia e participação são as palavras-chave. E as questões são: O que é gestão democrática? Como se vive a gestão democrática nas escolas? Quais as diferenças em relação a outras políticas de descentralização? Como se pode educar com mais participação e autonomia da escola – seus professores, seus alunos, seus funcionários e comunidade?
PGM 2: Conselhos escolares, eleição de diretores e descentralização financeira em questão
Discutindo conceitos e vivências em relação a três instrumentos da gestão democrática: conselhos escolares, provimento da função de diretor e descentralização financeira. As funções do Conselho Escolar e sua relação com a Direção da escola, com a Assembléia Escolar e com as políticas e normas do sistema de ensino. O provimento da função ou cargo de diretor em três cenários: a nomeação para um cargo de confiança, o concurso para uma função técnica ou a eleição de um dos professores da escola. Qual o papel do Conselho Escolar e da Direção da escola com a descentralização financeira (repasse de verbas)?
PGM 3: A gestão democrática do projeto político-pedagógico
O foco deste programa é como a realização de projetos inovadores no currículo da escola, de caráter cultural, artístico, esportivo, ambiental ou de suporte pedagógico, pode conferir uma identidade própria à unidade de ensino. Serão examinados alguns exemplos de escolas que hoje contam com contadores de histórias, orquestra infanto-juvenil, educação ambiental com incentivo à agricultura familiar da localidade. A questão a discutir é a relação entre gestão democrática e melhoria da qualidade do ensino.
PGM 4: Avaliação institucional: para controlar ou para democratizar?
Neste programa, trataremos do processo de avaliação institucional como um instrumento de gestão do projeto pedagógico. O que é avaliação institucional? Para que serve? Em que níveis se realiza? A questão-chave é a diferença entre avaliação para controle e avaliação transformadora da ação, ou emancipadora dos sujeitos. Como tirar partido da avaliação de todos e de todo o trabalho da escola para aprimorá-la, no sentido da qualidade educacional e da vivência democrática?
PGM 5: Gestão democrática da escola e gestão democrática do sistema de ensino
Quais os desafios enfrentados por escolas que decidem praticar a gestão democrática e conquistar mais autonomia? Como se pode democratizar a gestão dos sistemas de ensino municipais ou estaduais e conferir maior protagonismo às comunidades escolares? A experiência de elaboração de planos municipais e estaduais de Educação, em sintonia com o Plano Nacional de Educação; e do orçamento participativo, em secretaria de educação. O papel dos conselhos municipais e estaduais de educação no fortalecimento da autonomia das escolas públicas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABU-DUHOU, I. Uma gestão mais autônoma das escolas. Brasília: UNESCO, IIEP, 2002.
BARROSO, J. O reforço da autonomia das escolas e a flexibilização da gestão escolar em Portugal. In: FERREIRA, N. (org.). Gestão democrática da educação: atuais tendências, novos desafios. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2000.
CISEKI, A. A. Conselhos de escola: coletivos instituintes da escola cidadã. In: BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação a Distância. Salto para o futuro: construindo a escola cidadã, projeto político-pedagógico. Brasília, 1998. p. 43 - 52.
DOURADO, L. F. A escolha de dirigentes escolares: políticas e gestão da educação no Brasil. In: FERREIRA, N.(org). Gestão democrática da educação: atuais tendências, novos desafios. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2000.
MEDEIROS, I. L. A gestão democrática na rede municipal de educação de Porto Alegre, de 1989 a 2000 - a tensão entre reforma e mudança. Porto Alegre: UFRGS, 2003. Dissertação (Mestrado em Educação). Porto Alegre, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2003.
MACHADO, C. R. S. As vicissitudes da construção da qualidade de ensino na política pública de educação no município de Porto Alegre, de 1989 a 1996. Porto Alegre: UFRGS, 1999. Dissertação (Mestrado em Educação). Porto Alegre, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1999.
BIBLIOGRAFIA COMENTADA
ABU-DUHOU, I. Uma gestão mais autônoma das escolas. Brasília: UNESCO, IIEP, 2002.
Este livro apresenta múltiplos elementos relacionados ao movimento de descentralização da gestão escolar, considerando diferentes interesses e concepções relacionados a ela, através de vários estudos de caso vivenciados em diferentes países.
ARROYO, M. Administração da educação, poder e participação. In: Educação e Sociedade. São Paulo: Cortez e Moraes, ano I, n. 2, jan. 1979. Neste artigo, o autor critica a tendência percebida nas décadas de 1970/80 em valorizar a administração escolar, inserida no paradigma de "educação para o desenvolvimento", atrelada a uma racionalidade empresarial; defende uma gestão pedagógica com base nas forças sociais, a partir de mecanismos de participação.
AZEVEDO, J. C. A democratização da escola no contexto da democratização do Estado: a experiência de Porto Alegre. In: SILVA, L. H. (org.) Escola Cidadã: teoria e prática Petrópolis: Vozes, 1999. p. 12-30.
Neste artigo, o autor relata o processo de reforma educacional empreendido na cidade de Porto Alegre/RS, durante três gestões da Administração Popular (Frente de partidos de esquerda), realizado com a participação da comunidade escolar, compreendendo a gestão administrativa das escolas, bem como a reorganização curricular, tanto em nível do sistema como no nível da escola, contrapondo-se às tendências neoliberais.
BORDENAVE, J. O que é participação. 8ª ed. São Paulo: Braziliense, 1994.
DEMO, P. Participação é conquista: noções de política social e participativa. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 1999.
Estes dois livros trabalham com o conceito de participação, abordando suas matrizes conceituais, possibilidades e limites teórico-práticos, além dos objetivos e canais de participação.
FERREIRA, N.(org.). Gestão democrática da educação: atuais tendências, novos desafios. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2000.
O livro traz artigos de diferentes autores sobre aspectos da gestão: autonomia das escolas; desafios da gestão frente à nova configuração do mundo do trabalho; participação e gestão; a escolha dos dirigentes escolares no Brasil; gestão da educação e políticas de formação de profissionais da educação.
OLIVEIRA, D.; ROSAR, M. (org.) Política e gestão da educação. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2002.
O livro apresenta uma série de artigos que buscam atualizar as discussões sobre o tema da gestão e da política educacional, abordando diferentes aspectos: as mudanças ocorridas em torno do movimento de gestão democrática; as reformas do Estado brasileiro e sua relação com os conteúdos sociais, tais como a avaliação na educação; as intencionalidades presentes nas atuais reformas educacionais; o fenômeno da indução à municipalização presente nas reformas educacionais no Brasil; o financiamento da educação como móvel das propostas de descentralização; a autonomia outorgada versus a autonomia construída pelos atores sociais; as transformações ocorridas na gestão e na organização do trabalho nas escolas, a partir das atuais reformas; os paradigmas empresariais em contraposição a uma possibilidade de democratização da escola pública.
LIMA, L. Organização escolar e democracia radical - Paulo Freire e a governação democrática da escola pública. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2000.
O livro apresenta as possibilidades de democratização da escola pública inspiradas na obra de Paulo Freire. BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Salto para o futuro: construindo a escola cidadã, projeto político-pedagógico. Brasília: MEC, 1998.
O livro apresenta uma versão resumida de textos que serviram de apoio a série Construindo a escola cidadã: projeto político-pedagógico, veiculada pela TV Escola no programa Salto para o futuro. Os artigos abordam os elementos tidos como fundamentais na democratização da gestão escolar: a construção participativa do projeto político-pedagógico; os Conselhos Escolares; a eleição de diretores; o planejamento participativo; a atenção às múltiplas culturas na escola.
*Professora titular de Política e
Administração da Educação,
na Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Faculdade de Educação/
Núcleo de Estudos de Política e Gestão da Educação.
**Doutoranda do programa de Política e gestão da educação da FACED/UFRGS e
professora de rede municipal de ensino de Porto Alegre.
na Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Faculdade de Educação/
Núcleo de Estudos de Política e Gestão da Educação.
**Doutoranda do programa de Política e gestão da educação da FACED/UFRGS e
professora de rede municipal de ensino de Porto Alegre.
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado
http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/2666/gestao-democratica-escolar#ixzz2uv1RPtgu
Os principais desafios do gestor democrático na atualidade
Por:
Tatiana Raquel Wilde Lopes
RESUMO:
Este artigo tem por objetivo analisar
questões fundamentais e os novos desafios à gestão escolar, em face das novas
demandas que a escola enfrenta, no contexto de uma sociedade que se democratiza
e se transforma.
No contexto da educação brasileira,
tem sido dedicada muita atenção à gestão na educação que, enquanto um conceito
novo, superar o enfoque limitado de administração, se assenta sobre a
mobilização dinâmica e coletiva do elemento humano, sua energia e competência,
como condições básicas e fundamentais para a melhoria da qualidade do ensino.
A gestão da escola se traduz no dia a
dia como ato político, pois implica sempre numa tomada de posição dos pais,
professores, funcionários, estudantes e de toda a comunidade escolar, pois a
função social da escola é melhorar através das parcerias os resultados do
ensino, consolidando o compromisso com a comunidade deixando-a participar,
tomar suas decisões, lutar pelo seu ideal o que com certeza propiciará na
escola a gestão democrática, onde sua construção não pode ser individual, pelo
contrário precisa ser coletiva. Então, como ser um gestor democrático de
sucesso em tempos de tantas mudanças, carências, individualismo e falta de
parceria com as famílias?
Palavras-chave:
Desafios; Gestão Democrática; Parceria; Coletivo.
Especialista em Educação, nomeada na
Rede Municipal da cidade de Gravataí - RS. Atua na Escola Municipal de Ensino
Fundamental Vinícius de Moraes, como supervisora educacional das séries
iniciais do ensino fundamental. Bolsista da UFPEL – Pólo Universitário de Santo
Antônio da Patrulha – Curso de Contabilidade. Graduada em Pedagogia – com
ênfase em Supervisão Educacional (ULBRA). Especialização em Psicopedagogia
Institucional (UCB). Cursando Administração de Empresas (ULBRA).
A
LEGISLAÇÃO ESTÁ FAVOR DA GESTÃO?
A Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional Brasileira – LDBEN – Lei nº. 9394/96 nos dá um rumo a seguir,
mas não esclarece como devemos fazer acontecer estes princípios nas nossas
escolas. No texto: O Projeto Pedagógico na Gestão Democrática de Leonora Pilon
Quintas, ela coloca ser necessário ressaltar, que nestes artigos está decretado
a gestão democrática com seus princípios vagos, apenas aponta o lógico, não
estabelece diretrizes bem definidas para delinear este tipo de gestão, embora
indique que todos os envolvidos precisam participar.
Para compreender os processos de
reformas que vão ocorrendo em nossas escolas, precisamos entender e nos adaptar
às mudanças que surgem na sociedade, pois é impossível debater sobre qualquer
estrutura educativa sem antes situá-la no seu aspecto histórico e social. Este
processo passa necessariamente pela maneira de como o homem em um dado contexto
analisa sua realidade, seu mundo, percebendo-se como um ser que faz o seu tempo
e o seu espaço, um transformador subjetivo da sua realidade que racionalmente
analisa, modifica.
É importante lembrarmos de que nada
adianta uma Lei de Gestão Democrática do Ensino Público que “concede autonomia”
pedagógica, administrativa e financeira às escolas se diretor, professores,
alunos e demais atores do processo desconhecem o significado político da
autonomia, neste contexto esta autonomia parece ser um presente para a escola,
enquanto na verdade deve ser uma construção contínua, individual e coletiva.
No entanto, a gestão democrática pode
ser a melhor maneira de conseguir que os objetivos educacionais sejam voltados
à formação, entende-se assim que todos os sujeitos envolvidos com o processo
educacional devem com ele comprometer-se e atuar. Nesse sentido, a participação
seria a expressão maior do que aqui entendemos por gestão democrática;
primeiro, do ponto de vista mais estritamente político e numa perspectiva
democrática, para que um real controle da coisa pública se efetive, a
participação deveria ocorrer em todos os níveis e instâncias de decisão junto à
escola. Mas não menos importante, do ponto de vista da qualidade da educação, a
participação é entendida como necessária, já que a interação – respeitando-se
as peculiaridades de cada instituição – entre a família e a escola permitiria
um mútuo acompanhamento e, ainda, uma troca de experiências que poderia
enriquecer as possibilidades de ação junto às crianças, além da garantia dos
seus direitos. Porém, os pais ou responsáveis pelos alunos estão cada vez mais
distantes e delegando para as Escolas suas próprias funções.
A
NOVA ESCOLA ADAPTANDO-SE A NOVA SOCIEDADE
No texto Desafios do Gestor Escolar
para a Mudança Organizacional da Escola, Janialy Alves Araújo Três, coloca que
as diversas mudanças sociais, econômicas e políticas ocorridas no mundo
requerem que a escola atenda as exigências impostas pelo novo modelo de
sociedade, onde as organizações escolares estão passando por vários desafios e
mudanças. Justamente esta nova sociedade, a que está necessitada de novos
conhecimentos instiga essas transformações, tornando importantes aspectos como
a inovação, competitividade e produtividade.
De acordo com Penin & Vieira
(2002, In VIEIRA, 2002,pág. 13) a escola sofre mudanças relacionando-se com os
momentos históricos. “Sempre que a sociedade defronta-se com mudanças
significativas em suas bases sociais e tecnológicas, novas atribuições são
exigidas à escola”, assim o papel da escola deve estar de acordo com os
interesses da sociedade atual, no entanto é necessário também adaptar-se a
essas novas atribuições e envolver todos que atuam na escola para que o
resultado seja positivo. Sendo assim, a gestão da escola precisa se empenhar
para reestruturar a escola, pois neste contexto de mudança e transformação a
escola e todos os seus profissionais precisam cada vez mais investir em
conhecimento e aplicá-lo para que a escola aumente sua capacidade de criar e
inovar, no entanto vale lembrar que qualquer mudança gera medo,
conflitos, resistência... E a participação dos pais torna-se indispensável para
o sucesso desta mudança.
Cabe ressaltar que a gestão escolar é
uma dimensão, um enfoque de atuação, um meio e não um fim em si mesmo, uma vez
que o objetivo final da gestão é a aprendizagem efetiva e significativa dos
alunos, de modo que, no cotidiano que vivenciam na escola, desenvolvam as
competências que a sociedade demanda, dentre as quais se evidenciam: pensar
criativamente; analisar informações e proposições diversas, de forma
contextualizada; expressar ideias com clareza, tanto oralmente, como por
escrito; empregar a aritmética e a estatística para resolver problemas; ser
capaz de tomar decisões fundamentadas e resolver conflitos, dentre muitas
outras competências necessárias para a prática de cidadania responsável.
Portanto, o processo de gestão escolar deve estar voltado para garantir que os
alunos aprendam sobre o seu mundo e sobre si mesmos em relação a esse mundo,
adquiram conhecimentos úteis e aprendam a trabalhar com informações de
complexidades gradativas e contraditórias da realidade social, econômica,
política e científica, como condição para o exercício da cidadania responsável.
A prática educativa não se resume nos
educadores, mas num processo social envolvendo todos os agentes na busca de uma
educação de qualidade. Na escola, os agentes são todos da comunidade escolar
(pais, alunos, professores, funcionários, gestores...); esta instituição além
de se comprometer com o conhecimento teorizado busca a formação integral,
incluindo-se valores e atitudes, sentimentos e emoções. Logo, mais uma vez,
mostra-se de suma importância a participação das famílias, que precisam estar cientes
e acreditarem no trabalho desenvolvido pela Escola.
Na sociedade contemporânea as escolas
precisam investir em práticas de gestão participativa, em técnicas
motivacionais e reestruturação da instituição e dos conteúdos trabalhados como
caminho eficaz para a concretização da educação para que a função da escola
sobressaia e torne nossos alunos cidadãos da nossa comunidade.
São demandadas mudanças urgentes na
escola, a fim de que garanta formação competente de seus alunos, de modo que
sejam capazes de enfrentar criativamente, com empreendedorismoe espírito
crítico, os problemas cada vez mais complexos da sociedade.
O
PAPEL DA ESCOLA NA SOCIEDADE
A educação, no contexto escolar, se
torna mais complexa e exige esforços redobrados e maior organização do trabalho
educacional, assim como participação da comunidade na realização desse
empreendimento, a fim de que possa ser efetiva, já que não basta ao
estabelecimento de ensino apenas preparar o aluno para níveis mais elevados de
escolaridade, uma vez que o que ele precisa é de aprender para compreender a
vida, a si mesmo e a sociedade, como condições para ações competentes na
prática da cidadania. E o ambiente escolar como um todo deve oferecer-lhe esta
experiência.
A Escola precisa ser interessante à
sua clientela, cativá-la, ser referencial e seus colaboradores devem ser
capacitados e conscientes do papel de “transformadores de cidadãos”, devem
repensar suas práticas, reformularem seu planejamento visando facilitar o
processo de ensino e aprendizagem dos alunos e para então se empenharem em
elevar o nível intelectual da escola.
A Gestão Participativa deve ser como
um momento de prática coletiva e social, ou seja, um processo de participação
(de todos), este deve ser claramente inserido às condições da realidade que
atua. Caracteriza-se por uma ação que visa mudança nas relações de poder,
transformando-as de verticais (ideológicas e coercitivas) para horizontais
(dialógica e democrática), mas para isso é necessário, também, mudança de
atitudes dos agentes (sujeitos) do processo. Estes se comprometem com o
trabalho porque tem consciência e intenção para a ação que acreditam. Esta
leitura e a vivência escolar da atualidade se fazem notória a importância do
planejamento participativo, pois sem a sua atuação torna-se impossível uma
gestão democrática, desejada por nós.
Para democratizar a gestão educacional
é necessário que a sociedade exerça seu direito à informação e à participação,
sendo que estes deveriam fazer parte dos objetivos do governo e comprometer-se,
também, com a solidificação da democracia. A democratização requer da sociedade
verdadeira participação na formulação e avaliação da política educacional e sob
total fiscalização. Faz-se necessário envolvimento de grupos sociais nas
instituições (conselho escolar, círculo de pais e mestres, grêmios...) Além de
incentivar e trabalhar junto à comunidade uma gestão de qualidade requer
conhecimentos sobre legislação, já mencionado, quando se falou em ensino
fundamental obrigatório e gratuito para todos. Geralmente, nas escolas o
conhecimento de legislação, que nas universidades e curso normal é chamado de
estrutura e funcionamento do ensino, fica a cargo, exclusivamente, do corpo
diretivo (Direção, Supervisão, Coordenação...), não por uma questão de
possessividade, mas pelo desinteresse dos demais professores e partícipes do
processo educacional.
Também, para administrar é necessário
planejar, que se resume em buscar um fim através de ações. Planeja-se porque
existe uma realidade a ser transformada, portanto não é algo abstrato, mas
intimamente ligado ao real, ou seja, à realidade escolar. O planejamento
participativo é encarado com descaso ao termo “participativo”, quer dizer que
muitas vezes, ou em sua maioria, ele é apenas um slogan abstrato, facilitando a
manipulação dos planejadores (dominantes) sobre os dominados, sendo esta a
primeira dificuldade em executar o planejamento participativo. A segunda se
refere à acomodação dos funcionários públicos que não conseguem assimilar a
participação como algo do cotidiano (fora do papel). E a terceira o descrédito
da população (comunidade escolar) quanto a sua força nas transformações
sociais. Mas essa idéia deve ser mudada, e a comunidade deve ser chamada para
este planejamento.
A cultura da nossa sociedade
neoliberal visa competitividade gerando um individualismo que incentivam o
indivíduo, sozinho, capaz de vencer e atingir o sucesso. Mas uma gestão
democrática deve, portanto, negar estes valores, fortalecendo assim o coletivo.
Tarefa árdua, mas a realidade social é evidente, mas não estática, sendo que
pode ser mudada, tornado-a humanizada e solidária. È papel da escola o processo
de transformação resgatada através de participação de todos, com a convicção de
que podemos intervir no processo de constante reconstrução da sociedade.
OS
IDEAIS DE EDUCAÇÃO E SUAS PEDAGOGIAS NA PERSPECTIVA DA GESTÃO DEMOCRÁTICA
Uma gestão democrática requer uma
educação libertadora que forme sujeitos críticos e, portanto, transformadores
de suas realidades por uma sociedade justa e principalmente inclusiva. A escola
sob uma política de fazer valer, direitos e deveres, oportuniza o exercício de
cidadania. A autonomia é o mais rico potencial que se pode oferecer ao nosso
aluno “recheado” de respeito à diversidade cultural, religiosa e política, construindo
valores para a formação de uma sociedade humanista. Uma gestão que fortaleça a
integração escola-família-sociedade e que seja compromisso de todos no processo
educativo.
O produto da educação é o ser humano,
e, prepará-lo para a vida em sociedade é a principal função. O papel da escola
deveria estar voltado à humanização, ao convívio em grupo, à atuação, à
participação, entre outros aspectos que interaja o individuo socialmente
tornam-se fundamentais. Promover este ideal educativo há necessidade da equipe
estar motivada a este trabalho. Assim, o educador precisa ter motivos e vontade
de trabalhar sob a ótica da habilidade social.
Quando um grupo é forte e têm
objetivos comuns, visando a felicidade e o sucesso profissional como satisfação
pessoal tende a fazer com que suas perspectivas individuais sejam
compartilhadas para serem acrescidas no contexto da organização.
Logo, a gestão deve estabelecer uma
relação escola-comunidade-professor-aluno de troca, de ajuda, com sensibilidade
e engajamento, pois se as relações não forem assim, certamente os resultados
esperados por esta escola não será de educação de qualidade e humanizada.
CONCLUSÃO
O Diretor-Gestor é um líder
democrático, que trabalha, coopera, sugere que sabe fazer, participando das
tarefas, que diz “nós” para avaliação dos efeitos positivos ou negativos da
instituição. Este é o líder da organização que aprende e que assume
responsabilidades, possibilita autonomia, que interage, participa e coordena à
busca de soluções e construções. Visa um grupo motivado, cooperativo e que
tenha vontade de crescer. Enfim, um líder leal, que seja o elo das ligações
interpessoais com parceria, que não impõe sua verdade, mas que constrói
verdades com o grupo e tem o respaldo da comunidade escolar, fazendo-a participar
ativamente, trazendo-a cada vez mais para dentro da Escola e buscando estreitar
sempre os laços de parceria e cumplicidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
QUINTAS, Leonora Pilon.Texto O
Projeto Pedagógico na gestão democrática
TRES, Janialy Alves Araújo. Desafios
do Gestor Escolar para a Mudança Organizacional da Escola.
Aluna do Curso de Especialização em Gestão Escolar
COSTA, Célia Maria R. da C, SILVA,
Itamar Nunes da, Gestão escolar:desafio da
democratização. I, II, III. Jornal do SINTEP, 1990.
SOUZA, Sandra M. Zákia L. Avaliação
Institucional: elementos para discussão. Professora da
faculdade de Educação da USP.
SOUSA, S.Z. Avaliação escolar: constatações
e perspectivas. Revista de Educação AEC, Brasília – DF, ano 24,
n94, p.59-66, jan./mar.,1995.
PPP e PDE da EMEF CARLOS OSWIN FRANKE/Portão RS
GADOTTI, Moacir. Organização
do trabalho na escola. 2. ed. São Paulo: Ática, 1994.
LÜCK, Heloísa et al. A
escola participativa: o trabalho do gestor escolar. Rio de
Janeiro: DP&A, 1998.
FULLAN, M; HARGREAVES,A. A
Escola como Organização Aprendente: Artmed, 2000.
LEI Nº. 9394/96, DE 20 DE DEZEMBRO DE
1996. Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Ministério da Educação. Brasília. 1996.
PIAGET, J. Para
onde vai à educação. José Olympio. Ed.15ª. Rio de Janeiro,
1972/2000.
Gestor escolar precisa
ser um bom líder
Como qualquer outro profissional
que coordena equipes, um bom gestor escolar precisa ser um líder. A boa notícia
é que a liderança não é nata ao contrário, ela se aprende. Conheça suas
principais características e saiba como desenvolvê-las.
Para você, o que é ser um líder? Possuir carisma? Ter o dom da oratória? Ser querido por chefes e subordinados? Muitas vezes, as respostas mais comuns vão nessa direção - e acabam por construir um retrato inadequado da liderança. Fazem supor que ela seria totalmente subjetiva, um dom, uma inspiração. Sim, existem líderes natos ou intuitivos. Mas eles são a minoria (e nem sempre, são os mais eficientes).
A boa notícia é que a liderança, essa qualidade que permite a um profissional criar e manter um grupo coeso, inspirado e trabalhando motivado, pode ser desenvolvida ao longo da carreira. Todo profissional que tem um coletivo sob sua responsabilidade deve procurar aprimorá-la. "É caso do gestor escolar, que tem a tarefa de articular a equipe visando a aprendizagem dos alunos", afirma Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann. Com a ajuda desse especialista, selecionamos iniciativas que podem tornar o gestor escolar em um bom líder. Conheça-as abaixo e saiba como desenvolvê-las.
1- Envolva a equipe no planejamento, dê autonomia nas ações
Todo líder deve construir coletivamente seu planejamento e dar uma certa autonomia para que cada um desempenhe suas tarefas. Gerir um time dessa maneira é estar aberto para conflitos e opiniões contraditórias, de modo que seu papel é encaminhar a discussão e garantir espaço para que todos se manifestem. Dá trabalho, mas ajuda aa criar um modelo de corresponsabilidade, em que todos se envolvem com o que o grupo decidiu, sem transferir a outros a culpa ou os méritos pelos resultados.
2- Estabeleça metas claras
Qual o resultado que pretendo obter com meu trabalho e da equipe? Estabelecer metas é o primeiro passo para conseguir melhorar a realidade de sua escola. Nesse processo, duas coisas são fundamentais. Primeiro, conhecer os dados da escola para decidir o que voce quer transformar (Abandono? Repetência? etc.). Segundo, envolver a equipe para discutir as expectativas e construir as estratégias - sua função é enfatizar o tempo todo de que elas devem ser viáveis. Vale lembrar que o planejamento não é imutável. Vale (e muito!) organizar reuniões periódicas de avaliação para saber quais são as impressões da cada um sobre as ações propostas e o que deve ser mudado.
3- Preocupe-se com o que interessa: o aprendizado dos alunos
Cuidar apenas de assuntos burocráticos ou relacionados à estrutura da escola e não querer saber o que acontece dentro das salas de aula é um dos maiores erros que um gestor pode cometer. Quando os professores e os outros colaboradores percebem que o gestor não acompanha o dia a dia da escola, eles ficam muito frustrados. É somente ao andar pela escola, ao conversar com alunos e funcionários e ao fazer reuniões periódicas de acompanhamento que o diretor consegue perceber realmente quais são os problemas da escola. Esse conhecimento vai auxiliar no passo posterior: como encaminhar a resolução das dificuldades (O que é prioridade? Quem deve estar envolvido? É necessário chamar os pais? Em que momento?).
4- Saiba como fazer a gestão da aprendizagem
A equipe precisa saber que existe alguém - você - realmente interessado em ajudar a fazer um trabalho de formação focado nas dificuldades dos professores e dos alunos. Mais que isso: precisa confiar que essa pessoa (adivinha quem?) pode estar à frente desse processo. Nenhum diretor de escola precisa ser um especialista em todas as disciplinas. Ele precisa, sim, saber o que é um bom professor, como ele trabalha e quais são os elementos fundamentais para a realização da formação continuada desses profissionais. Um bom líder deve ter conhecimento para identificar quem são as pessoas que mais podem ajuda-lo no trabalho de formação. Ter acesso a uma rede de contatos de especialistas em cada disciplina, dentro e fora da Secretaria de Educação, é fundamental. Muitas vezes, a solução está dentro da própria escola: há alguém na equipe capaz de exercer parte da formação? Agir assim é uma boa forma de engajar professores experientes a querer aprender outras coisas e a compartilhar seu conhecimento com seus pares.
Para você, o que é ser um líder? Possuir carisma? Ter o dom da oratória? Ser querido por chefes e subordinados? Muitas vezes, as respostas mais comuns vão nessa direção - e acabam por construir um retrato inadequado da liderança. Fazem supor que ela seria totalmente subjetiva, um dom, uma inspiração. Sim, existem líderes natos ou intuitivos. Mas eles são a minoria (e nem sempre, são os mais eficientes).
A boa notícia é que a liderança, essa qualidade que permite a um profissional criar e manter um grupo coeso, inspirado e trabalhando motivado, pode ser desenvolvida ao longo da carreira. Todo profissional que tem um coletivo sob sua responsabilidade deve procurar aprimorá-la. "É caso do gestor escolar, que tem a tarefa de articular a equipe visando a aprendizagem dos alunos", afirma Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann. Com a ajuda desse especialista, selecionamos iniciativas que podem tornar o gestor escolar em um bom líder. Conheça-as abaixo e saiba como desenvolvê-las.
1- Envolva a equipe no planejamento, dê autonomia nas ações
Todo líder deve construir coletivamente seu planejamento e dar uma certa autonomia para que cada um desempenhe suas tarefas. Gerir um time dessa maneira é estar aberto para conflitos e opiniões contraditórias, de modo que seu papel é encaminhar a discussão e garantir espaço para que todos se manifestem. Dá trabalho, mas ajuda aa criar um modelo de corresponsabilidade, em que todos se envolvem com o que o grupo decidiu, sem transferir a outros a culpa ou os méritos pelos resultados.
2- Estabeleça metas claras
Qual o resultado que pretendo obter com meu trabalho e da equipe? Estabelecer metas é o primeiro passo para conseguir melhorar a realidade de sua escola. Nesse processo, duas coisas são fundamentais. Primeiro, conhecer os dados da escola para decidir o que voce quer transformar (Abandono? Repetência? etc.). Segundo, envolver a equipe para discutir as expectativas e construir as estratégias - sua função é enfatizar o tempo todo de que elas devem ser viáveis. Vale lembrar que o planejamento não é imutável. Vale (e muito!) organizar reuniões periódicas de avaliação para saber quais são as impressões da cada um sobre as ações propostas e o que deve ser mudado.
3- Preocupe-se com o que interessa: o aprendizado dos alunos
Cuidar apenas de assuntos burocráticos ou relacionados à estrutura da escola e não querer saber o que acontece dentro das salas de aula é um dos maiores erros que um gestor pode cometer. Quando os professores e os outros colaboradores percebem que o gestor não acompanha o dia a dia da escola, eles ficam muito frustrados. É somente ao andar pela escola, ao conversar com alunos e funcionários e ao fazer reuniões periódicas de acompanhamento que o diretor consegue perceber realmente quais são os problemas da escola. Esse conhecimento vai auxiliar no passo posterior: como encaminhar a resolução das dificuldades (O que é prioridade? Quem deve estar envolvido? É necessário chamar os pais? Em que momento?).
4- Saiba como fazer a gestão da aprendizagem
A equipe precisa saber que existe alguém - você - realmente interessado em ajudar a fazer um trabalho de formação focado nas dificuldades dos professores e dos alunos. Mais que isso: precisa confiar que essa pessoa (adivinha quem?) pode estar à frente desse processo. Nenhum diretor de escola precisa ser um especialista em todas as disciplinas. Ele precisa, sim, saber o que é um bom professor, como ele trabalha e quais são os elementos fundamentais para a realização da formação continuada desses profissionais. Um bom líder deve ter conhecimento para identificar quem são as pessoas que mais podem ajuda-lo no trabalho de formação. Ter acesso a uma rede de contatos de especialistas em cada disciplina, dentro e fora da Secretaria de Educação, é fundamental. Muitas vezes, a solução está dentro da própria escola: há alguém na equipe capaz de exercer parte da formação? Agir assim é uma boa forma de engajar professores experientes a querer aprender outras coisas e a compartilhar seu conhecimento com seus pares.
AS
COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS AO GESTOR ESCOLAR DEMOCRÁTICO
por: Colunista Portal - Educação
Um gestor deve estar aberto às novas aprendizagens
Um gestor escolar envolvido com o princípio
democrático e com a aprendizagem dos alunos deve desenvolver em sua prática a
capacidade de interação e comunicação com os pares, alunos e pais; participar
ativamente dos grupos de trabalho ou de discussões na escola e fora dela,
objetivando acompanhar a política educacional e normatizações dos sistemas de
ensino; desenvolver capacidades e habilidades de liderança; compreender os
processos envolvidos nas inovações organizativas, pedagógicas e
curriculares.
Deve estar aberto às novas aprendizagens como a de tomar decisões sobre os problemas da organização escolar, das formas de gestão, da organização e prática na sala de aula, dentre outras; conhecer, informar-se e dominar o conteúdo das discussões para ser um participante atuante e crítico; dominar métodos e procedimentos de pesquisa, bem como, as modalidades e instrumentos de avaliação do sistema de ensino, da organização escolar (avaliação institucional) e da aprendizagem escolar; elaborar plano, com metas e ações objetivando a implementação do Projeto Pedagógico da escola.
Com o objetivo de fundamentar as competências da gestão escolar democrática e de subsidiar os estudos, apesar de extensa, vale a pena citar Lück (2009) quando destaca que o diretor:
- Garante o funcionamento pleno da escola como organização social, com o foco na formação de alunos e promoção de sua aprendizagem, mediante o respeito e aplicação das determinações legais nacionais, estaduais e locais, em todas as suas ações e práticas educacionais.
- Aplica nas práticas de gestão escolar e na orientação dos planos de trabalho e ações promovidas na escola, fundamentos, princípios e diretrizes educacionais consistentes e em acordo com as demandas de aprendizagem e formação de alunos como cidadãos autônomos, críticos e participativos.
- Promove na escola o sentido de visão social do seu trabalho e elevadas expectativas em relação aos seus resultados educacionais, como condição para garantir qualidade social na formação e aprendizagem dos alunos.
- Define, atualiza e implementa padrões de qualidade para as práticas educacionais escolares, com visão abrangente e de futuro, de acordo com as demandas de formação promovidas pela dinâmica social e econômica do país, do estado e do município.
- Promove e mantém na escola a integração, coerência e consistência entre todas as dimensões e ações do trabalho educacional, com foco na realização do papel social da escola e qualidade das ações educacionais voltadas para seu principal objetivo: a aprendizagem e formação dos alunos.
- Promove na escola o sentido de unidade e garante padrões elevados de ensino, orientado por princípios e diretrizes inclusivos, de equidade e respeito à diversidade, de modo que todos os alunos tenham sucesso escolar e se desenvolvam o mais plenamente possível.
Deve estar aberto às novas aprendizagens como a de tomar decisões sobre os problemas da organização escolar, das formas de gestão, da organização e prática na sala de aula, dentre outras; conhecer, informar-se e dominar o conteúdo das discussões para ser um participante atuante e crítico; dominar métodos e procedimentos de pesquisa, bem como, as modalidades e instrumentos de avaliação do sistema de ensino, da organização escolar (avaliação institucional) e da aprendizagem escolar; elaborar plano, com metas e ações objetivando a implementação do Projeto Pedagógico da escola.
Com o objetivo de fundamentar as competências da gestão escolar democrática e de subsidiar os estudos, apesar de extensa, vale a pena citar Lück (2009) quando destaca que o diretor:
- Garante o funcionamento pleno da escola como organização social, com o foco na formação de alunos e promoção de sua aprendizagem, mediante o respeito e aplicação das determinações legais nacionais, estaduais e locais, em todas as suas ações e práticas educacionais.
- Aplica nas práticas de gestão escolar e na orientação dos planos de trabalho e ações promovidas na escola, fundamentos, princípios e diretrizes educacionais consistentes e em acordo com as demandas de aprendizagem e formação de alunos como cidadãos autônomos, críticos e participativos.
- Promove na escola o sentido de visão social do seu trabalho e elevadas expectativas em relação aos seus resultados educacionais, como condição para garantir qualidade social na formação e aprendizagem dos alunos.
- Define, atualiza e implementa padrões de qualidade para as práticas educacionais escolares, com visão abrangente e de futuro, de acordo com as demandas de formação promovidas pela dinâmica social e econômica do país, do estado e do município.
- Promove e mantém na escola a integração, coerência e consistência entre todas as dimensões e ações do trabalho educacional, com foco na realização do papel social da escola e qualidade das ações educacionais voltadas para seu principal objetivo: a aprendizagem e formação dos alunos.
- Promove na escola o sentido de unidade e garante padrões elevados de ensino, orientado por princípios e diretrizes inclusivos, de equidade e respeito à diversidade, de modo que todos os alunos tenham sucesso escolar e se desenvolvam o mais plenamente possível.
- Articula e engloba as várias dimensões da gestão
escolar e das ações educacionais, como condição para garantir a unidade de
trabalho e desenvolvimento equilibrado de todos os segmentos da escola, na
realização de seus objetivos, segundo uma perspectiva interativa e integradora.
- Adota em sua atuação de gestão escolar uma visão abrangente de escola, um sistema de gestão escolar e uma orientação interativa, mobilizadora dos talentos e competências dos participantes da comunidade escolar, na promoção de educação de qualidade.
Isto posto, um gestor escolar que estabelece sua prática em fundamentos, princípios democráticos e normas, organiza sua ação maximizando o seu tempo na escola, na busca de resultados qualitativos.
- Adota em sua atuação de gestão escolar uma visão abrangente de escola, um sistema de gestão escolar e uma orientação interativa, mobilizadora dos talentos e competências dos participantes da comunidade escolar, na promoção de educação de qualidade.
Isto posto, um gestor escolar que estabelece sua prática em fundamentos, princípios democráticos e normas, organiza sua ação maximizando o seu tempo na escola, na busca de resultados qualitativos.
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado
http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/45664/as-competencias-necessarias-ao-gestor-escolar-democratico#!2#ixzz2v8YLkx7w
As mudanças de ordem política, econômica, social
e o surgimento do conceito de gestão democrática
por: Colunista Portal - Educação
por: Colunista Portal - Educação
A escola deveria reconhecer-se diversa,
plural e inclusa
O modelo político e econômico que deu
sustentação ao período militar, em especial no Brasil, sofre sua derrocada, não
oferece mais respostas ao processo de produção e das relações sociais, quando
com o advento do avanço das tecnologias, da expansão dos meios de comunicação e
a abertura do mercado econômico cria-se possibilidades para uma nova base
estrutural da sociedade.
Schaff (1993 apud GAMBOA, 2003) esclarece:
[...] a revolução da informática ou da microeletrônica insere-se dentro das três revoluções técnico-científicas recentes. A primeira (no final do século XVIII e início do século XIX), que substitui a força física do homem pela energia das máquinas (vapor e eletricidade); a segunda, que estamos assistindo agora e que consiste na transferência das funções intelectuais do homem para a máquina (computadores, informática, telemática); e a terceira, que se refere à revolução microbiológica, também acontecendo neste final de século, desde a descoberta do código genético dos seres vivos e que poderá substituir a própria condição humana, alterando sua própria genética.
Essa mudança estabelece um novo paradigma que está aliado, ainda, ao fenômeno da globalização. Este fenômeno representa a internacionalização do capital financeiro; seus efeitos sobre a economia são em tempo real, em decorrência da velocidade dos negócios e da comunicação, promovidos pelas novas tecnologias. Assim uma nova ordem se estabelece. Milton Santos destaca que a globalização “[...] é, de certa forma, o ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista”. (SANTOS, 2003).
Esse processo trouxe novos padrões para a gestão da produção e novas demandas de trabalho também à escola, pois a partir do fenômeno da globalização econômica que dá sustentação à pós-modernidade, as relações sociais se colocam em patamares diversos.
O surgimento de uma cultura globalizada, massiva e diversa, exige novos comportamentos e aprendizagens do indivíduo para sua inserção na sociedade, isto implica em nova postura perante a si, ao outro e a realidade.
Os quatro pilares da educação para o novo milênio, quais sejam, aprender a ser, aprender a conviver, aprender a aprender e aprender a fazer, tão propagados, representam esta exigência.
Autores como Bernardo Toro com os estudos sobre a necessidade do domínio dos Códigos da Modernidade, Philippe Perrenoud com a abordagem sobre as competências necessárias ao desenvolvimento da aprendizagem, são exemplos de como a educação assumiria um novo estágio, que refletisse sobre o seu papel social. Assim estava estabelecida nova demanda de trabalho para a escola.
A escola deveria reconhecer-se diversa, plural, inclusa e garantir a apropriação dos conhecimentos necessários a produção da sociedade globalizada. Nesta perspectiva a organização da escola é revista e suas funções também.
Schaff (1993 apud GAMBOA, 2003) esclarece:
[...] a revolução da informática ou da microeletrônica insere-se dentro das três revoluções técnico-científicas recentes. A primeira (no final do século XVIII e início do século XIX), que substitui a força física do homem pela energia das máquinas (vapor e eletricidade); a segunda, que estamos assistindo agora e que consiste na transferência das funções intelectuais do homem para a máquina (computadores, informática, telemática); e a terceira, que se refere à revolução microbiológica, também acontecendo neste final de século, desde a descoberta do código genético dos seres vivos e que poderá substituir a própria condição humana, alterando sua própria genética.
Essa mudança estabelece um novo paradigma que está aliado, ainda, ao fenômeno da globalização. Este fenômeno representa a internacionalização do capital financeiro; seus efeitos sobre a economia são em tempo real, em decorrência da velocidade dos negócios e da comunicação, promovidos pelas novas tecnologias. Assim uma nova ordem se estabelece. Milton Santos destaca que a globalização “[...] é, de certa forma, o ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista”. (SANTOS, 2003).
Esse processo trouxe novos padrões para a gestão da produção e novas demandas de trabalho também à escola, pois a partir do fenômeno da globalização econômica que dá sustentação à pós-modernidade, as relações sociais se colocam em patamares diversos.
O surgimento de uma cultura globalizada, massiva e diversa, exige novos comportamentos e aprendizagens do indivíduo para sua inserção na sociedade, isto implica em nova postura perante a si, ao outro e a realidade.
Os quatro pilares da educação para o novo milênio, quais sejam, aprender a ser, aprender a conviver, aprender a aprender e aprender a fazer, tão propagados, representam esta exigência.
Autores como Bernardo Toro com os estudos sobre a necessidade do domínio dos Códigos da Modernidade, Philippe Perrenoud com a abordagem sobre as competências necessárias ao desenvolvimento da aprendizagem, são exemplos de como a educação assumiria um novo estágio, que refletisse sobre o seu papel social. Assim estava estabelecida nova demanda de trabalho para a escola.
A escola deveria reconhecer-se diversa, plural, inclusa e garantir a apropriação dos conhecimentos necessários a produção da sociedade globalizada. Nesta perspectiva a organização da escola é revista e suas funções também.
Nesse universo o
diretor rígido, cumpridor de tarefas, perde espaço para um diretor dinâmico,
que tem consciência que a liderança deve ser democrática, que constrói o trabalho
da escola em conjunto com sujeitos autônomos e busca a participação.
Para tanto, o conceito de administração pautado em Taylor e Fayol não responde a essa nova ordem, surge assim o conceito de gestão.
[...] a utilização do termo gestão educacional pelos estudiosos mais críticos, justifica-se pela reação contra o caráter tecnicista, supostamente neutro e descomprometido de que foi imbuído o termo administração educacional, principalmente nos anos setenta quando assumiu os mesmos princípios e práticas adotados pela administração de empresas, o que contraria o significado da prática política e social da educação e da escola. (HORA, 2010).
O conceito de gestão envolve além dos aspectos básicos da organização de uma instituição, aspectos mais amplos. Envolve descentralização do poder, dos processos de decisão e proporciona a participação da representatividade da escola, o seu coletivo. Busca em conjunto oferecer respostas à diversidade, à inclusão, pautando-se em valores como respeito mútuo, compreensão, apoio, equidade, dentre outros.
Define-se gestão escolar nas palavras de Lück (2009):
Gestão é o ato de gerir a dinâmica cultural da escola, afinado com as diretrizes e políticas educacionais públicas para a implementação de seu projeto político-pedagógico e compromissado com os princípios da democracia e com os métodos que organizem e criem condições para um ambiente educacional autônomo (soluções próprias, no âmbito de suas competências), de participação e compartilhamento (tomada de decisões conjunta e efetivação de resultados) e auto-controle (acompanhamento e avaliação com retorno de informações).
Este tipo de gestão é mais que um conceito, é postura política, frente à demanda social que, se considerado desejável pela liderança e pelo coletivo da escola, torna-se um desafio no sentido de determinar procedimentos democrático para a condução do processo educacional.
No mundo globalizado a escola passa a ser responsável pelo desenvolvimento de uma nova concepção, de uma forma diferenciada de propor o trabalho pedagógico, da constante revisão de sua proposta, de suas relações com a comunidade e com o mundo do trabalho.
Este conjunto de procedimentos objetiva a formação de cidadãos críticos e que se comprometam a uma participação mais efetiva na sociedade, para obter resultados favoráveis ao desenvolvimento social e humano. Por cidadão entende-se “[...] aquele capaz de agir, opinar e manifestar-se na sociedade em que vive. É aquele que exerce seus direitos civis e políticos. (SAVIANI, 2010).
Para tanto, o conceito de administração pautado em Taylor e Fayol não responde a essa nova ordem, surge assim o conceito de gestão.
[...] a utilização do termo gestão educacional pelos estudiosos mais críticos, justifica-se pela reação contra o caráter tecnicista, supostamente neutro e descomprometido de que foi imbuído o termo administração educacional, principalmente nos anos setenta quando assumiu os mesmos princípios e práticas adotados pela administração de empresas, o que contraria o significado da prática política e social da educação e da escola. (HORA, 2010).
O conceito de gestão envolve além dos aspectos básicos da organização de uma instituição, aspectos mais amplos. Envolve descentralização do poder, dos processos de decisão e proporciona a participação da representatividade da escola, o seu coletivo. Busca em conjunto oferecer respostas à diversidade, à inclusão, pautando-se em valores como respeito mútuo, compreensão, apoio, equidade, dentre outros.
Define-se gestão escolar nas palavras de Lück (2009):
Gestão é o ato de gerir a dinâmica cultural da escola, afinado com as diretrizes e políticas educacionais públicas para a implementação de seu projeto político-pedagógico e compromissado com os princípios da democracia e com os métodos que organizem e criem condições para um ambiente educacional autônomo (soluções próprias, no âmbito de suas competências), de participação e compartilhamento (tomada de decisões conjunta e efetivação de resultados) e auto-controle (acompanhamento e avaliação com retorno de informações).
Este tipo de gestão é mais que um conceito, é postura política, frente à demanda social que, se considerado desejável pela liderança e pelo coletivo da escola, torna-se um desafio no sentido de determinar procedimentos democrático para a condução do processo educacional.
No mundo globalizado a escola passa a ser responsável pelo desenvolvimento de uma nova concepção, de uma forma diferenciada de propor o trabalho pedagógico, da constante revisão de sua proposta, de suas relações com a comunidade e com o mundo do trabalho.
Este conjunto de procedimentos objetiva a formação de cidadãos críticos e que se comprometam a uma participação mais efetiva na sociedade, para obter resultados favoráveis ao desenvolvimento social e humano. Por cidadão entende-se “[...] aquele capaz de agir, opinar e manifestar-se na sociedade em que vive. É aquele que exerce seus direitos civis e políticos. (SAVIANI, 2010).
Do gestor escolar espera-se que
propague ideias para que ocorra a democratização da escola, a articulação das
políticas educacionais e a produção do conhecimento junto à comunidade escolar.
Lück (2006) destaca que:
Com essa perspectiva, analisa-se, portanto, a mudança de paradigma que estabelece uma mudança do enfoque de administração para o de gestão, que vem ocorrendo no contexto das organizações e dos sistemas de ensino, como parte de um esforço fundamental para a mobilização, organização e articulação do desempenho humano e promoção da sinergia coletiva, em seu contexto, voltados para o esforço competente de promoção da melhoria do ensino brasileiro e sua evolução.
Diante dessa constatação, o gestor escolar, a partir do conhecimento da realidade da escola em que atua, necessita criar situações para romper barreiras entre a teoria e a prática, repensar sua forma de administrar.
O ponto de partida para que ocorram mudanças significativas no sistema escolar, é o de uma gestão mais democrática em que haja participação de todos os segmentos da escola.
Essa participação gera a capacidade do sujeito entender o processo educativo, participar com maior autonomia nas decisões e opinar com ideias que respaldem o trabalho educativo constante na proposta pedagógica da escola.
Complementando as análises sobre os conceitos administração e gestão, faz-se relevante citar Hora (2010):
Desse modo, estabelecer a diferença entre administração e gestão educacional faz sentido pela compreensão de que a organização escolar apresenta uma especificidade marcada por resistências e contradições, representando a um só tempo espaço de democratização e de educação individual e de transmissão de valores e da consciência social, cuja função política e social é a formação do cidadão.
O gestor escolar enquanto líder desse processo deve entender que o ato educativo é também um ato político à medida que possibilita aos sujeitos “ferramentas” que lhes permite interpretar, agir e interagir socialmente.
Com essa perspectiva, analisa-se, portanto, a mudança de paradigma que estabelece uma mudança do enfoque de administração para o de gestão, que vem ocorrendo no contexto das organizações e dos sistemas de ensino, como parte de um esforço fundamental para a mobilização, organização e articulação do desempenho humano e promoção da sinergia coletiva, em seu contexto, voltados para o esforço competente de promoção da melhoria do ensino brasileiro e sua evolução.
Diante dessa constatação, o gestor escolar, a partir do conhecimento da realidade da escola em que atua, necessita criar situações para romper barreiras entre a teoria e a prática, repensar sua forma de administrar.
O ponto de partida para que ocorram mudanças significativas no sistema escolar, é o de uma gestão mais democrática em que haja participação de todos os segmentos da escola.
Essa participação gera a capacidade do sujeito entender o processo educativo, participar com maior autonomia nas decisões e opinar com ideias que respaldem o trabalho educativo constante na proposta pedagógica da escola.
Complementando as análises sobre os conceitos administração e gestão, faz-se relevante citar Hora (2010):
Desse modo, estabelecer a diferença entre administração e gestão educacional faz sentido pela compreensão de que a organização escolar apresenta uma especificidade marcada por resistências e contradições, representando a um só tempo espaço de democratização e de educação individual e de transmissão de valores e da consciência social, cuja função política e social é a formação do cidadão.
O gestor escolar enquanto líder desse processo deve entender que o ato educativo é também um ato político à medida que possibilita aos sujeitos “ferramentas” que lhes permite interpretar, agir e interagir socialmente.
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado
http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/45664/as-competencias-necessarias-ao-gestor-escolar-democratico#!1#ixzz2v8YEssg1
Avaliação Institucional: Conhecer a escola para
planejar mudanças e intervenções
por: Colunista Portal - Educação
A escola deve manter um padrão de
qualidade
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, nº 9394/96, aborda em diferentes artigos a necessidade de a escola
manter padrão de qualidade na oferta do processo de ensino e de
aprendizagem.
Por exemplo, o artigo 3º quando declara os princípios da educação, no inciso IX, registra garantia de padrão de qualidade. No artigo 4º, ao referir-se ao dever do estado com a educação, expressa a garantia de padrão de qualidade, no inciso IX, “padrões mínimos de qualidade de ensino definidos como variedade e quantidade mínimas por aluno de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem”.
Na referida lei fica evidente a necessidade da garantia de uma educação ofertada com qualidade aos alunos. Nesse sentido a escola para garantir o prescrito na lei e sua função social deve acompanhar a aprendizagem do aluno, por meio do processo de avaliação da aprendizagem e ainda, avaliar o desenvolvimento de seu processo administrativo e pedagógico.
O trabalho da escola consiste em garantir padrão de qualidade da aprendizagem por meio dos serviços prestados.
Assim, deve avaliar o processo e promover intervenções por meio de metas e ações.
Com isso a escola tendo como referência seus objetivos prescritos no Projeto Pedagógico, tem dois processos para avaliar seu trabalho, quais sejam, a avaliação da aprendizagem aplicada aos alunos e a avaliação da organização administrativa, financeira e pedagógica escola, denominada avaliação institucional.
A partir das avaliações a escola estabelece metas e ações no seu Plano de Desenvolvimento Escolar.
A avaliação institucional tem sua legitimidade quando a escola estabelece a relação entre a sua política educacional, o Projeto Pedagógico, sua organização, suas ações definidas no Plano de Desenvolvimento da Escola e a prática do dia a dia da instituição.
Com isso, garante-se a lógica do trabalho da escola, sua sistematização.
A escola tem sua autonomia administrativa garantida na forma da LDB/96 e com isso deve articular mecanismos para garantir tomadas de decisões fundamentadas.
Nesse contexto há necessidade da promoção da participação de todos os segmentos da escola na discussão e definição dos processos que assegurem o padrão de qualidade almejado por ela.
Atualmente a política de avaliação externa do Ministério da Educação, gerenciada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), aplica os instrumentos de avaliação do rendimento dos alunos nas escolas, como a Prova Brasil, que geram o Índice de Desenvolvimento da Escola (IDEB), esta avaliação é conhecida como sendo de larga escala.
Por exemplo, o artigo 3º quando declara os princípios da educação, no inciso IX, registra garantia de padrão de qualidade. No artigo 4º, ao referir-se ao dever do estado com a educação, expressa a garantia de padrão de qualidade, no inciso IX, “padrões mínimos de qualidade de ensino definidos como variedade e quantidade mínimas por aluno de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem”.
Na referida lei fica evidente a necessidade da garantia de uma educação ofertada com qualidade aos alunos. Nesse sentido a escola para garantir o prescrito na lei e sua função social deve acompanhar a aprendizagem do aluno, por meio do processo de avaliação da aprendizagem e ainda, avaliar o desenvolvimento de seu processo administrativo e pedagógico.
O trabalho da escola consiste em garantir padrão de qualidade da aprendizagem por meio dos serviços prestados.
Assim, deve avaliar o processo e promover intervenções por meio de metas e ações.
Com isso a escola tendo como referência seus objetivos prescritos no Projeto Pedagógico, tem dois processos para avaliar seu trabalho, quais sejam, a avaliação da aprendizagem aplicada aos alunos e a avaliação da organização administrativa, financeira e pedagógica escola, denominada avaliação institucional.
A partir das avaliações a escola estabelece metas e ações no seu Plano de Desenvolvimento Escolar.
A avaliação institucional tem sua legitimidade quando a escola estabelece a relação entre a sua política educacional, o Projeto Pedagógico, sua organização, suas ações definidas no Plano de Desenvolvimento da Escola e a prática do dia a dia da instituição.
Com isso, garante-se a lógica do trabalho da escola, sua sistematização.
A escola tem sua autonomia administrativa garantida na forma da LDB/96 e com isso deve articular mecanismos para garantir tomadas de decisões fundamentadas.
Nesse contexto há necessidade da promoção da participação de todos os segmentos da escola na discussão e definição dos processos que assegurem o padrão de qualidade almejado por ela.
Atualmente a política de avaliação externa do Ministério da Educação, gerenciada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), aplica os instrumentos de avaliação do rendimento dos alunos nas escolas, como a Prova Brasil, que geram o Índice de Desenvolvimento da Escola (IDEB), esta avaliação é conhecida como sendo de larga escala.
Este Índice serve
como parâmetro para a escola verificar o rendimento escolar dos alunos, além de
que a escola deve ter também sua própria forma de mensuração e acompanhamento
da aprendizagem do aluno.
Porém ainda falta a avaliação que lhe proporcionará a visão do funcionamento de todos os aspectos da escola e de suas relações; aspecto importante para garantir a democracia na escola e assegurar a participação. A avaliação institucional proporciona esta visão.
A avaliação institucional é uma das formas da gestão conhecer o que pensam os diferentes segmentos, seus anseios, fragilidades e pontos fortes. Com as análises que os resultados da aplicação da avaliação institucional permitem, o gestor tem condições de promover e estimular a melhoria do desempenho de toda a equipe escolar, estabelecendo a sintonia do trabalho e entre as pessoas.
Com esse processo a escola estabelece condições necessárias para a superação dos problemas e conflitos internos, em prol da melhoria do processo educativo.
Com os resultados da avaliação institucional, o gestor viabiliza o acompanhamento das ações previstas no PDE, estabelecendo a coerência entre essas e sua política educacional constante no Projeto Pedagógico.
Heloisa Lück (2009) propõe uma série de competências para a efetivação do acompanhamento, que denomina de monitoramento de processos educacionais e deve ser aliado à avaliação institucional. Destaca que os dois procedimentos são aspectos do mesmo processo, qual seja, qualificar o trabalho da escola.
Há várias maneiras para se organizar a aplicação de instrumentos que compõem o processo de avaliação institucional, alguns aspectos, porém, são de relevância comum a qualquer tipo de organização: a garantia de que todos os segmentos da escola sejam avaliados e se auto avaliem, bem como o gestor escolar; a cientificidade do processo seguindo etapas como a coleta de dados, de maneira fidedigna, sigilosa, preservando o autor das informações; a divulgação e utilização dos resultados da avaliação.
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado
http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/45661/avaliacao-institucional-conhecer-a-escola-para-planejar-mudancas-e-intervencoes#!2#ixzz2v8eWkh5C
Porém ainda falta a avaliação que lhe proporcionará a visão do funcionamento de todos os aspectos da escola e de suas relações; aspecto importante para garantir a democracia na escola e assegurar a participação. A avaliação institucional proporciona esta visão.
A avaliação institucional é uma das formas da gestão conhecer o que pensam os diferentes segmentos, seus anseios, fragilidades e pontos fortes. Com as análises que os resultados da aplicação da avaliação institucional permitem, o gestor tem condições de promover e estimular a melhoria do desempenho de toda a equipe escolar, estabelecendo a sintonia do trabalho e entre as pessoas.
Com esse processo a escola estabelece condições necessárias para a superação dos problemas e conflitos internos, em prol da melhoria do processo educativo.
Com os resultados da avaliação institucional, o gestor viabiliza o acompanhamento das ações previstas no PDE, estabelecendo a coerência entre essas e sua política educacional constante no Projeto Pedagógico.
Heloisa Lück (2009) propõe uma série de competências para a efetivação do acompanhamento, que denomina de monitoramento de processos educacionais e deve ser aliado à avaliação institucional. Destaca que os dois procedimentos são aspectos do mesmo processo, qual seja, qualificar o trabalho da escola.
Há várias maneiras para se organizar a aplicação de instrumentos que compõem o processo de avaliação institucional, alguns aspectos, porém, são de relevância comum a qualquer tipo de organização: a garantia de que todos os segmentos da escola sejam avaliados e se auto avaliem, bem como o gestor escolar; a cientificidade do processo seguindo etapas como a coleta de dados, de maneira fidedigna, sigilosa, preservando o autor das informações; a divulgação e utilização dos resultados da avaliação.
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado
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